domingo, 23 de janeiro de 2011

Peregrinação

Saudações aos bravos peregrinos, que enfrentaram horas, alguns até cinco e meia, para finalmente chegarem á "Meca", de qualquer um que ralou o ano inteiro na cidade: a praia! Calma, estou me referindo á praia pois foi esse o meu destino, sei que muitos preferem o Campo, mas a fé inabalável, de alguns dias de descanso é a mesma.  Fé na estrada e pé no acelerador, quer dizer 1ª e 2ª, 30 ou no máximo, estourando 40 Km/h. Alguns juraram que era por minuto, tamanha a demora em percorrer uns 80 ou 110 Km, como foi meu caso.
Como um chefe de família pode dizer que foi descansar, se o coitado passou boa parte da viagem atrás de um volante, num brecar e acelerar sem fim, num calor causticante, o suor a lhe escorrer e molhar o corpo todo, passageiros a reclamar por quê não chegam, aperta a vontade de ir ao banheiro, chega o pedágio e a raiva aumenta mais ainda, pois é uma das tarifas mais caras, por uma estrada congestionada, porém segura, vamos reconhecer. Chega-se ao destino tão sonhado e sacrificado, hora do lazer, não, não, não! É hora de descarregar o carro e abastecer a geladeira para o conforto da família, então vamos ao mercado e ás filas são mais quilométricas ainda, ali você começa a desconfiar, que seus dias não vão ser assim tão próximos ao Paraíso aqui na Terra.
Geladeira abastecida, o cançaso é tanto, que o chefe agora dorme, um sono tão profundo, que até se esquece de fazer o Papai-do-Céu e agradecer por ter chegado ali são e salvo. Mas ele sonha. Sonha com uma praia daquelas de causar inveja a qualquer mortal... e finalmente, chega o grande dia, afinal o sol está ajudando, é só pegar a patroa, as crianças, o guardas sol ou a barraca (depende do tamanho da família), o isopor com aquela geladinha, a bola para a pelada e se refestelar naquelas areias escaldantes.
Aí começa o pesadelo, primeiro é a briga por um lugar, onde caiba todo mundo e ás tralhas. Passado o primeiro obstáculo, começa o calvário: mal digeriram o café da manhã e ás crianças já estão pedindo o que comer. Já que você não é chegado á um frango com farofa á beira mar, só lhe resta o quiosque ali em frente, lotado, com pedidos já para o almoço que vai ser consumido na janta. Não demora muito e o inferno se instala de vez, naquilo que deveria ser um prazer absoluto, sua cerveja do isopor acabou ou só restou aquela marca que nunca ouviu falar, mas que seu cunhado trouxe, depois de beber a sua marca preferida, e jura que ela geladinha desce bem. Irado, se dirige ao balcão e pede uma que faça contraponto ao calor que está sentindo, ao que o atendente lhe diz: "só tem a Itaberaba, e não tá muito gelada não"! Gente, são ´qunze para á uma da tarde e esse "não tá muito gelada", soa como "está quente".
Daí por diante, não interessa mais nada, é melhor dar um mergulho pra esfriar a cabeça e não excomungar o cara do quiosque, que não sabe trabalhar e não está interessado em ganhar dinheiro. Ops, não vai mergulhar não, a praia está imprópria para banho e lhe vem o pensamento que deve ser mesmo um pesadelo e você está no purgatório. E que vai ser assim até o final do feria(tormenta)do prolongado.
Vem a noite, pulamos ás sete ondas, vimos ás queimas de fogos, estouramos a "champagne", desejamos um Ano Novo muito melhor para todos! Ano Novo por quê? 

sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Aniversário

Bem vindo aqueles que, de uma maneira ou de outra, lembraram que no dia de hoje comemora-se o aniversário de nascimento, daquele que viria a ser o maior fenômeno de todos os tempos. Muitas pessoas só se lembram da ceia, dos presentes ou simplesmente de um feriado prolongado, esquecendo que a milhares de anos, um homem revolucionou toda uma época e mudou o rumo da história de milhões em todo o planeta. Não se trata de um homem qualquer, Jesus foi antes de tudo um educador, que colocou luz, nos olhos da cegueira da opressão de seu povo.
Santo ou revolucionário? O que importa é a sua figura emblemática,que independente de crenças e religiões, atravessou séculos e continua a influenciar a vida de muita gente nos dias de hoje.
Foi um dos primeiros a questionar a distribuição de renda como forma de minimizar a diferença social e a miséria e liderou-nos, se não para a libertação do corpo, mas da alma, do coração e principalmente da mente.
Esta época, pelo menos para mim, é de reflexão e introspecção sobre o que foi feito durante o ano, se valeu a pena tudo aquilo o que o filho Dele passou por nós e se estamos fazendo a nossa parte, para que possamos sentir dentro do peito, que somos feitos a sua imagem e semelhança. Nada como essa data, para nos encontrar
e fazermos um balanço sobre que seres humanos queremos ser daqui por diante.
O importante é sempre questionarmos o meio aonde vivemos, não adianta reclamar se você não abrir o seu coração e começar a transformar o seu próprio espaço. Se você estiver com Ele no coração, certamente terá um Feliz Natal!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Quem são os verdadeiros palhaços?

Caros cidadãos de bem, que cumpriram com seu dever cívico indo ás urnas no último pleito e respondendo ao Censo, agora sabemos quantos palhaços somos ou como somos palhaços.
Não tendo muito tempo últimamente para a leitura, chegou aos meus ouvidos que o nosso palhaço mor, o Tiririca, havia declarado qual o primeiro projeto que faria, estando no exercício do mandato: " Vou comprar um apartamento!" teria respondido. Indignado o interlocutor perguntou: "Mas e o povo que o elegeu?", ao que o nobre deputado eleito, mais votado pelo estado de São Paulo, respondeu: "Que povo?". O comediante estava falando sério, somos um bando de palhaços travestidos de bárbaros, pois espancamos até a morte um indefeso ser humano como nós, por ele ter escolhido torcer por um time diferente dos covardes que o agrediram.
Fica a pergunta, até quando vamos nos reunir e perseguir uma pessoa, pela diferença, como os casos que aconteceram também na Av. Paulista, em decorrência da preferencia sexual das vítimas e não para botar gente séria e competente nas esferas legislativas e governamentais. Se o voto no palhaço foi de protesto, quem acabou colocando, o famoso nariz, fomos nós.
Cara de palhaço, pinta de palhaço... já diria a música, não é que hoje cedo, quando comprei o jornal, na banca a caminho do terminal de ônibus,  deu vontade de me olhar no espelho, ao ler a manchete do dia: "Olha o presente que te espera no ponto de ônibus TARIFA PODE CHEGAR A R$ 3" (Diário de São Paulo). Pois é amigo enquanto você estiver andando de "busão", lotado, sem ar condicionado, num calor causticante, o nosso nobre palhaço estará a bordo de um carro ùltimo ano, com todo conforto e motorista. Agora ele sabe e vai te contar em detalhes, nestes próximos quatro anos, o que faz um deputado.